1 de maio de 2014

Palavra do presidente

O SILÊNCIO DO PRIMEIRO DE MAIO
NO CURIMATAÚ E SERIDÓ

Sebastião Santos

O feriado de Primeiro de Maio deveria ser um dia de reflexão profunda e manifestações expressivas. Contudo, infelizmente, é mais um dia de ir à praia. Mais um dia de “silêncio estridente”.

Como os nossos trabalhadores vivem? O ensaio fotográfico Trabalhadores, de Sebastião Salgado, ainda hoje pode nos dar uma ideia do universo laboral de centenas de pessoas espalhadas pelo mundo e, quem sabe, responder à questão levantada aqui.

Outro fotógrafo que nos fez refletir sobre o universo do trabalho foi Titouan Lamazou. Ele percorreu vários países, durante sete anos, e dedicou 10 dias a cada uma das mulheres trabalhadoras que retratou no livro Mulheres do planeta.

O universo do trabalho é o que mais tem preocupado as pessoas nos últimos tempos. Em Picuí, um dos sete municípios onde o SINPUC atua, a taxa de ocupação da população economicamente ativa é de 58,11%. Já a renda média per capta da população é de R$ 326,53. Por mês, os moradores desse município movimentam R$ 5.950.029,66 na economia local. Quais as garantias legais e as condições de trabalho de homens e mulheres em Picuí?

E qual é a situação de Nova Palmira, Pedra Lavrada, Baraúna, Frei Martinho, Olivedos e Damião? Por que as secretarias de assistência social não produzem números nesses municípios? Por que não temos políticas públicas para ampliar a oferta de trabalho? Por que não promovemos capacitação que, de fato, resultem em ocupação? Por que diplomamos para jogar os jovens no exército de reserva?

A canção de Fagner já nos mostra uma preocupação: “Sem o seu trabalho o homem não tem honra e, sem a sua honra, se morre, se mata”... Mas não é qualquer trabalho que se deve criar. Como disse Renato Russo, “Quero trabalhar em paz, não é muito o que lhe peço, eu quero trabalho honesto, em vez de escravidão”.

Precisamos olhar para os nossos trabalhadores e trabalhadoras. Encontrá-los nas cozinhas das casas de família, nas repartições públicas, nas cerâmicas locais, garimpos, campos, caminhões, hospitais.

Para o ano que vem, uma exposição fotográfica, assim como fez Sebastião Salgado e Titouan Lamazou, poderia ser um bom começo. Depois, poderemos focar noutras abordagens.

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Pedagogo, especialista em educação de jovens e adultos, professor efetivo da educação básica nas redes públicas municipais de Picuí e Nova Palmeira, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Curimataú, do Conselho de Educação de Nova Palmeira, da Câmara Municipal, do Diretório do PT no mesmo município e membro da direção estadual da Central Única dos Trabalhadores da Paraíba (CUT-PB).