Um dia para o professor é muito pouco para a sociedade discutir o papel deste profissional para o seu desenvolvimento. Na verdade, precisamos de um mês da educação.
O mês da educação discutiria as condições de trabalho dos nossos docentes. Não é justo que num país onde a Constituição prega isonomia salarial, um professor da rede federal, com a mesma habilitação e carga horária de um da rede municipal, ganhe quatro ou cinco vezes mais para realizar a mesma tarefa. Essa distorção é um absurdo que restringe a cidadania de profissionais que formam cidadãos.
O mês da educação discutiria a falta de democratização dentro das unidades de ensino, promoveria campanhas para fazer com que os jovens se interessassem pelo magistério e traria a sociedade para dentro dos muros da escola.
Enquanto isso ainda não ocorre, temos que nos contentar numa luta desigual por mais investimentos na carreira docente, temos que lutar para que os prefeitos paguem o piso nacional do magistério e que garantam direitos constitucionais básicos como o pagamento integral do 13º salário. Como se pode ver, ainda estamos na idade da pedra.
Por estas razões é que um dia, para o professor, é pouco. Muito pouco. Um mês seria o ideal. Para debates e soluções, claro.
As circunstâncias trabalhistas mostram que o professor da educação básica nos municípios é, acima de tudo, um forte.
Parabéns pelo seu dia, professor! O SINPUC continua, ao longo dos outros dias do ano, lutando para que você deixe de ser um excluído da educação brasileira e passe a ser contemplado com os institutos da cidadania garantidos a outras categorias profissionais pagas pelo Estado. É paradoxal, mas é verdade.
Diretoria-executiva
SINPUC